A Justiça determinou que os bebês trocados na maternidade de Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia, sejam devolvidos às famílias biológicas após quatro anos de convivência com os pais socioafetivos. A troca aconteceu em outubro de 2021, e o caso veio à tona quando um dos pais desconfiou da paternidade e realizou um exame de DNA.
Segundo a decisão judicial, a transição será feita de forma gradual, para preservar o bem-estar das crianças, que atualmente têm quase quatro anos. O cronograma definido pela Justiça prevê que os meninos fiquem com os pais biológicos de segunda a sexta-feira, e alternem os fins de semana entre as famílias, conforme o seguinte esquema:
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1º fim de semana do mês: ambos ficam com Yasmin e Cláudio;
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2º fim de semana: os dois ficam com Isamara e Guilherme;
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3º fim de semana: cada um permanece com seus pais biológicos;
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4º fim de semana: cada criança fica com os pais socioafetivos (que as criaram).
As certidões de nascimento foram atualizadas, e agora constam os nomes de dois pais e duas mães em cada documento, reconhecendo legalmente o vínculo afetivo construído ao longo dos anos.
📖 Entenda o caso:
Os dois meninos nasceram com diferença de 14 minutos, na manhã do dia 15 de outubro de 2021, em salas de parto diferentes, mas foram levados ao mesmo berçário. O inquérito apontou que foi nesse momento que ocorreu a troca.
A confusão foi descoberta após o pai Cláudio Alves solicitar um exame de DNA, que mostrou incompatibilidade genética. A mãe, Yasmin Kessia, também realizou o teste e teve o mesmo resultado. Diante da suspeita, Yasmin procurou a outra família presente no hospital na mesma data, Isamara Cristina Mendanha e Guilherme Luiz de Souza, que confirmaram a troca após novos exames de DNA.
O caso chocou o país e levantou questionamentos sobre falhas nos protocolos hospitalares. A Polícia Civil concluiu o inquérito apontando que a troca ocorreu dentro do berçário da maternidade, e a Justiça determinou que a responsabilidade do erro seja apurada em processo próprio.