O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que qualquer manifestação sobre a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros seja cuidadosamente controlada e centralizada em sua figura. A orientação foi dada durante uma reunião ministerial neste domingo, dia 13 de julho, diante das negociações delicadas com o governo norte-americano, que atualmente é comandado por Donald Trump.
Segundo fontes do governo, Lula demonstrou preocupação com possíveis falas desencontradas de ministros, o que poderia prejudicar o andamento das negociações diplomáticas. O presidente deixou claro que, a partir de agora, todas as entrevistas e posicionamentos sobre o tema precisam passar por ele antes de serem divulgados à imprensa.
A tarifa, proposta por Trump, poderá entrar em vigor no dia 1º de agosto, afetando significativamente a exportação de produtos brasileiros, especialmente os de alto valor agregado. Um comitê interministerial foi criado para formular respostas estratégicas ao aumento da taxação, mas qualquer proposta oficial será levada primeiro a Lula, que atuará diretamente nas tratativas internacionais.
Durante o encontro de domingo, os ministros alertaram o presidente de que o prazo para reverter a medida é muito curto e sugeriram que o governo já esteja preparado para formalizar um pedido de adiamento da aplicação da sobretaxa, caso não haja um acordo antes do fim do mês.
A decisão de centralizar a comunicação e a negociação visa evitar ruídos que possam ser usados como argumento para endurecimento da posição norte-americana.
A equipe do presidente também avalia acionar o Mercosul e fóruns internacionais de comércio, caso a sobretaxa seja mantida, como forma de buscar equilíbrio e respaldo jurídico nas instâncias multilaterais.